domingo, 11 de abril de 2010

Sob a Tua Serenidade de Cecília Meireles



Não me ouvirás… É vão… Tudo se espalha
pelos ermos de azul… E permaneces
sobre o vale das súplicas e preces
com solenes grandezas de muralha…

Minha alma, sem te ouvir nem ver, trabalha
tranqüila. Solidão… Desinteresses…
Por que pedir? De tudo que me desses
nada servira a esta existência falha…

Nada servira, agora… E, noutra vida,
oh! noutra vida eu sei que terei tudo
que há na paragem bem-aventurada…

Tudo, – porque eu nasci desiludida,
e sofri, de olhos mansos, lábio mudo,
não tendo nada e não pedindo nada…

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